Passo por sua casa
Andando sem ter pra onde ir
Passo pelos sonhos
Tentando conseguir
Uma morada pra morar
Uma comida pra sobreviver
Nem que seja por um dia
Mas não quero eu morrer
Ninguém me ajuda
Ninguém me escuta
A tristeza do meu coração
Que sempre me machuca
Não só tristeza
Como á perdição
De estar com pessoas
Sem me estender a mão
Perdido no mundo
De grandes belezas
Perdido no povo
De tantas impurezas
Sou o mendigo
Sou o maior abandonado
Sempre estou pedindo
E sempre sou desprezado.
*obs.: Esta poesia tem uma história muito engraçada. Ela foi gerada através de um desafio feito pela minha professora de português na 7° série. Nesse dia eu tinha ganhado um prêmio no auditório (dia do estudante) como a melhor poesia da sala. Ganhei um livro: A biografia de Jorge Amado. Então, minha professora brincou comigo e disse: Queria vê se você realmente é "craque" em poesia, escreva uma poesia agora, aqui, sobre o maior abandonado (certa vez Cazuza tinha feito uma música com esse título, na qual ela considerava ótima) e ainda completou, gostaria de recebê-lá no fim da aula. No mesmo momento cocei a cabeça e comecei a escrever, faltava pouco tempo, mas consegui terminar sem rasurar nada. E entreguei no mesmo instante. Logo ela leu e ficou surpresa. Disse que eu escrevia muito bem e que realmente eu tinha um dom. Desde então, não parei mais de escrever poesias. Passaram-se os anos e quando cheguei ao 2° semestre do 3° ano do ensino médio, a minha professora de redação disse que haveria um concurso de poesia no colégio, então, como não tinha muito tempo, eu me inscrevi com essa mesma poesia, pra vê o que acontecia. Logo fui escolhida pelo conselho e fui ensaiar um pouquinho essa para dramatiza - lá no auditório. No dia, eu estava muito nervosa, mas conseguir ir em frente e fiquei em 3° lugar geral de todo o colégio. Acho que foi por causa da dramatização, que foi ruim!*** (sou péssima nisso!) Massss, enfim, não vem ao caso. O importante é que essa poesia tem uma bela história para ser contada.